O mundo da música é frequentemente marcado por coincidências e similaridades entre obras de artistas distintos. No caso dos videoclipes de “Encontrar”, do Sr. Banana lançado em 1995, e “Lunch”, de Billie Eilish lançado recentemente, as semelhanças estética e conceitual saltam aos olhos, gerando debates e reflexões sobre a originalidade e a intertextualidade na arte, desde a paleta de cores, os cenários vazios, o fundo branco que intensifica mostrando seus protagonistas e suas emoções.
Isso tudo no contexto de que os fãs da banda Sr. Banana foram surpreendidos com as coincidências entre o clipe de “Encontrar” (Sr. Banana de 1995) e o recém lançado “Lunch” (Billie Eilish), que tem características similares ao clipe da banda de Curitiba que foi a primeira contratada da lendária gravadora britânica Virgin Records, no Brasil.
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Afinal, o que aconteceu para os videoclipes serem tão parecidos? Foi coincidência ou, como diria Chacrinha, “nada se cria, tudo se copia”? Não temos exatamente como saber, afinal, obras menos recentes sempre se tornam referências em processos criativos, sofrendo algumas adaptações.
“Seria um portal que se abriu no multiverso e fez um feat aleatório entre a Billie Eilish e o Sr. Banana no meio do nada, do tempo e espaço?”, questiona Bruno Balainha, baixista do Sr. Banana.
Veja os clipes:
Semelhanças em vários sentidos
Ambos os clipes retratam personagens introspectivos, perambulando por ambientes vazios com fundos brancos e a inserção de cores fortes. Essa temática explora a alienação e a busca por conexão humana em um mundo individualista e as letras da canções falam sobre ativismo, política, busca, liberdade e opressão.
Recentemente, Bille Eilish falou que “Lunch” é uma canção libertadora, onde ela fala claramente sobre o desejo em sentir atração por outras mulheres.
Já o Sr. Banana, em 1995, falava que o clipe homenageava uma famosa banda australiana de surf music chamada INXS, nas inspirações das roupas, enquanto a letra falava de softpower, um adolescente ativismo político do início da década de 90, além de evidentemente comemorar o tropicalismo de Carmem Miranda e uma crítica a nossa Pindorama das Bananas.
A semelhança entre os clipes de “Encontrar” e “Lunch” levanta questões sobre os multiversos, contextos, intertextualidade e a originalidade na arte.
É possível que Billie Eilish tenha se inspirado no trabalho do Sr. Banana, seja de forma consciente ou inconsciente. No entanto, é importante ressaltar que artista também possui suas próprias referências e estilo, o que resulta em uma obra única e com identidade própria e são exemplos de como a arte pode explorar temas universais mesmo com artistas em épocas tão distintas.
E você, o que acha dessas coincidências no mundo artístico?