A atriz acredita que as produções cada vez mais apostam na diversidade, mas salienta que as produções audiovisuais precisam ser mais inclusivas
Somente em 2023, temos uma primeira protagonista transexual de novelas. É Maria Clara Spinelli no remake de “Elas Por Elas”. No streaming há várias produções que apostam na diversidade, mas é visível que o cinema e a televisão ainda estão longe de ser espaços inclusivos. Thalita Zampirolli, que já participou de novelas, como A Força do Querer, e é a primeira brasileira trans a participar de um filme em Hollywood, diz que já perdeu muitos trabalhos por preconceito.
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“Aos poucos, estamos quebrando barreiras. Eu comecei em uma época em que não havia tanto espaço. As portas se fecharam para mim quando as pessoas souberam que eu era trans. Tive medo de nunca mais poder trabalhar no meio artístico ou como modelo. Eu pouco era chamada para testes e quando ia era reprovada. Mas fico feliz de ver todo esse avanço em relação à representação de minorias no audiovisual”, comenta a rainha de bateria da Unidos de Padre Miguel.
A estreia da artista no cinema internacional aconteceu com o curta-metragem “The Roommate”, dirigido por Fabio Anffe. Na trama, ela deu vida a uma corretora de imóveis. A produção morou em festivais internacionais de cinema dos EUA. Thalita diz que se sente feliz de ser pioneira.
“Com respeito, humildade e muita preparação profissional podemos chegar aonde quisermos. Fico feliz em abrir portas para outras mulheres trans que, com certeza, virão depois de mim. A arte pode salvar vidas”, declara.
Apesar de ter residência nos Estados Unidos, ela não descarta participar de produções no Brasil. “Atuar é algo que me faz bem, que me deixa feliz de verdade. Queria fazer uma vilã e também uma personagem cômica. Enfim, estou aberta a novas oportunidades”, finaliza.
Fotos: Mario Brum