Após se libertara do personagem hétero que criou para si, Marco Pigossi agora quer ser uma voz política para a população LGBTQIAPN+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Travestis, Queers, Intersexuais, Agêneros, Pansexuais, e Não-Binários). O ator está envolvido em vários projetos que contam histórias reais, e fictícias dessa parcela da população.
Em entrevista ao jornal O Globo, o ex-global conta que foi com o documentário “Corpolítica”, que conta como foi o recorde de candidaturas de pessoas da comunidade nas eleições de 2020, que a vontade de se revelar realmente surgiu. “Era a eleição seguinte à de Bolsonaro, período tenso para os LGBTQIAP+ por causa da legitimação do discurso de ódio, da campanha difamatória. Queríamos entender se o recorde de candidaturas era uma resposta a esse movimento. Porque em mim foi. O Bolsonaro e a corrente de fake news causaram em mim uma reação a essa opressão, um momento de ruptura, uma tentativa de liberdade de existir”, revelou.
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Além do documentário dirigido por Pedro Henrique França, que será distribuído pela Vitrine Filmes, Pigossi vai estar em “Best Place In The World”, que conta a história de um jovem brasileiro que deixa a família conservadora e evangélica, para ir a Provincetown, nos Estados Unidos, famoso redutor por acolher pessoas LGBTQIAPN+. No longa, o personagem sente-se livre para viver por completo sua sexualidade. O filme será rodado em setembro desse ano, e a direção é do namorado italiano Marco Calvani.
“O personagem era latino, mas virou brasileiro quando entrei no projeto. O Marco acompanhou meu processo de sair do armário e transformar isso numa questão política para abrir caminhos para jovens. Tenho necessidade de me expressar sobre o meu processo, sobre o que causou em mim, sobre o que pode causar nas pessoas. É uma maneira de eu me curar”, contou o ator.
Atualmente Marco Pigossi está rodando a série americana, da Amazon Prime Video, que será um spin-off do sucesso The Boys, que se chamará “The Boys presents: Varsity”. A trama abordará uma universidade para pessoas que desenvolvem superpoderes, onde ele interpretará Doutor Cardosa.
Relação difícil com o pai
No início de 2022, Marco Pigossi trouxe o namorado para acompanhá-lo durante as filmagens da segunda temporada de “Cidade Perdida”, da Netflix. Ele contou que foi a primeira vez que sua vida pessoal, pôde se encontrar com a vida profissional de maneira verdadeira, e que Calvani se sentiu muito bem no Brasil. “Ele ficou existindo no meu ambiente de trabalho com uma naturalidade que me fez tão bem… A vida inteira meu trabalho e minha vida pessoal eram separados, tinha medo de que descobrissem… Pela primeira vez, esses mundos existiram juntos, e foi emocionante “, revelou.
O ator aproveitou e apresentou o amado para a família, e contou que apesar de ser aceito por todos, sua relação com seu pai é complicada. “Com meu pai, é sempre tenso, não há naturalidade. É distante do universo dele, que é eleitor do Bolsonaro. Não que ele ache que ser gay é falta de porrada, mas se vota num candidato desse… Existe um ideal político que distancia a gente. Ele nunca vai me pegar pelo braço e se unir nessa causa. Diferentemente do amor incondicional da minha mãe”, disse Pigossi.
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